segunda-feira, 27 de janeiro de 2014

BARATA, ex-ABC FC , Mérida, Braga , FLUMINENSE e Tenerife. RECORDANDO UM FILHO DA TERRA POTIGUAR .

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FOTO (acima ): autor desconhecido / reprodução. .





1) O personagem deste domingo no Memória Esportiva está na lembrança recente do torcedor potiguar. Com fama de goleador, João Maria Menezes de Bezerra, o famoso Barata, foi artilheiro por praticamente todos os times por onde passou. Tendo iniciado a vida no futebol no Rio de Janeiro, hoje Barata presta serviços a uma empresa internacional que cuida da transferência de promessas do futebol brasileiro para o mercado europeu, principalmente. Com uma vida financeira estável, hoje ele lamenta pelos amigos que deixaram passar as oportunidades e não se prepararam para a vida pós-futebol. 

2) Barata foi o maior goleador potiguar no continente europeu, com cerca de 100 gols marcados por Mérida, Braga e Tenerife, clube onde é idolatrado até hoje. A ligação com a Espanha, mais precisamente, é tanta que hoje o ex-jogador recebeu um convite de uma empresa de representação e assessoria de jogadores, a Holding Sports, que atua em vários continentes com o intuito de descobrir potenciais jogadores para o futebol europeu. O trabalho na empresa lhe rende uma vida estável, coisa que já havia conquistado desde que saiu do Brasil. Ele lembra, porém, que nem todos conseguem isso. "A gente fica muito triste pelos companheiros que ficaram pelo caminho, tiveram tudo para ter uma vida boa fora do futebol, mas hoje a gente vê em situações difíceis", diz.

3) Ele salienta que boa parte da culpa dessa triste realidade que assombra os ex-atletas é do próprio jogador. "Muitos a culpa é de si mesmo. Muitos não se preocupam para depois de parar, só pensam em aproveitar aquele momento. Muitos só pensam em mulheres, bebidas, drogas, essas coisas", diz. À medida do possível, ele diz que tenta dar um auxílio aos colegas. "A gente procura ajudar de uma maneira ou de outra", revela.

4) De folga do trabalho e com uma vista privilegiada para um dos palcos onde teve algumas das maiores alegrias da carreira, Barata afirma que sua maior satisfação no futebol foi ter conseguido se destacar no futebol da Europa, tarefa difícil para muitos desconhecidos que protagonizam uma verdadeira peregrinação para fora do Brasil todos os anos. Do Machadão ele guarda apenas lembranças boas e já a saudade do em breve demolido João Machado. "Vou filmar tudo daqui. É muito triste, tem muita história ali dentro. Muita coisa mesmo", diz. Hoje, além do trabalho de caçar talentos, Barata se dedica à faculdade de Educação Física e aos interesses do filho Joan, de 18 anos, que nesta temporada vai disputar a segunda divisão do Campeonato Espanhol pelo Rayo Vallecano. 

Carreira começou no Itaperuna-RJ

5) Hoje a vida de Barata está estabilizada. Vale lembrar, porém, que nem sempre foi assim. O próprio "nascimento" do ex-atacante no futebol foi arriscado. Aos 15 anos, o potiguar de Carnaubais aceitou o convite para assistir a uma cerimônia de casamento de uma prima no Rio de Janeiro e decidiu ficar por lá mesmo. "Eu tinha o pensamento já de fazer alguns testes em alguns clubes de lá", conta. Tentou entrar no Botafogo, onde se destacou. Lá, entretanto, teria que esperar uma nova oportunidade para tentar integrar a equipe Sub-15 do time da estrela solitária. Foi então "remanejado" para o Itaperuna, onde iniciou a carreira de goleador. "Fiquei lá para disputar o (Campeonato Carioca) Sub-15 e fiz 19 gols", lembra.

6) O destaque rendeu promoção ao time de juniores. Após nova boa campanha no campeonato de base enfim ganhou espaço no Rio Grande do Norte e veio para o ABC em 1994, onde foi bicampeão Potiguar em 1995. Retornou ao futebol carioca no ano seguinte, novamente pelo Itaperuna, onde foi um dos artilheiros da competição, perdendo apenas para Romário, Renato Gaúcho e Túlio Maravilha. No Brasil jogou ainda por Fluminense e Guarani, de onde conseguiu o passaporte para o futebol europeu.

7) No velho mundo foi artilheiro no Mérida da Espanha, tendo em 1999 conseguido a melhor média de todas as divisões do Campeonato Espanhol, com 17 gols em 18 jogos. Após ter sido comprado pelo La Coruña, foi emprestado ao Tenerife, clube onde marcou 25 gols no campeonato de 1999, teve seu passe comprado em definitivo e hoje é idolatrado. "Se eu for hoje lá no Tenerife é uma coisa de louco", comenta. Jogou também no futebol português, pelo Sporting Braga, onde mantém até hoje o recorde de último jogador a marcar cinco gols em uma partida - Braga 5x3 Alverca, última partida da temporada 2011/2002. 


8) Voltou ao Brasil, onde ainda jogou pela Ponte Preta antes de voltar ao ABC. Faturou o último título alvinegro no estádio Machadão, em 2005, e encerrou a carreira aos 34 anos.

FONTE : 
TEXTO DE AUTORIA do jornalista Luan Xavier para o Diário de Natal

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