sábado, 19 de outubro de 2013

Sede do Atlético Rio Negro Clube vai a leilão.

Processo de penhora da sede do Rio Negro é de 2009 e corresponde a uma dívida de R$ 36 mil com a Receita Federal e com o INSS

    Presidente garante que, apesar dos problemas, o futebol volta
    Presidente garante que, apesar dos problemas, o futebol volta (Arquivo AC)
    O tradicional Porto de Honra (brinde com vinho do Porto) que sempre celebrou o aniversário do Atlético Rio Negro Clube e, que neste ano, terá sua centésima edição, corre o risco de não acontecer. Ou, se acontecer, pode não ser no tradicional salão dos espelhos. O motivo? A sede do clube já tem dia para ir a leilão: oito de novembro deste ano -cinco dias antes da festa dos 100 anos do clube. A revelação do novo drama do Barriga-Preta foi feita pelo atual presidente, Thales Verçosa, 62, em entrevista exclusiva ao CRAQUE.
    O processo que resultou na penhora da sede é de 2009 e corresponde a uma dívida de R$ 36 mil com a Receita Federal e com o INSS. “Não cuidaram (da dívida). Poderiam ter pago, só que o processo de execução correu, o clube não botou advogado e aí o juiz deu a sentença determinando que a sede fosse a leilão”, afirma Verçosa.
    O dirigente conta que a dívida advém da falta de pagamento de Imposto de Renda (IR) e também do INSS nos últimos 30 anos. “As dívidas foram parceladas, foi feito um acordo, só que o clube não cumpriu. Aí, além de dívida, tem a multa”, explica o mandatário. O pagamento da dívida atual, ou a tentativa de um novo acordo, pode salvar a sede do clube, por hora, mas o montante total de dívidas do Rio Negro deve dar ainda muita dor de cabeça ao presidente atual e aos próximos. Isso porque, de acordo com o um novo levantamento feito pela gestão atual, a dívida global do Rio Negro é gigantesca. “O clube deve hoje aproximadamente três milhões e quatrocentos mil reais”, revela.
    Apesar da situação dramática, o presidente garante que vai dar um jeito de contornar um possível leilão. A saída? Turbinando a parte social do clube, um trabalho que já está em curso com a organização de festas temáticas, feijoadas, além do aluguel da sede para casamento, formaturas, aniversários, entre outros eventos.
    “Eu não tenho direito de reclamar (da situação) porque eu me preparei para ser presidente do Rio Negro. Não estou aqui porque me colocaram. Sou a quarta geração da minha família a presidir o clube. Agora o que não pode mais acontecer é passar isso adiante. Foram mais de 30 anos empurrando dívidas com a barriga”, detona Verçosa.
    No dia 30 de agosto deste ano o clube escapou por pouco de ver a sua sede ir a leilão por conta de outra dívida no valor de R$ 56 mil. Esta foi parcelada em dez vezes. “Acabei de pagar a segunda prestação”, finaliza Thales.
    Thales Verçosa - Presidente do Atlético Rio Negro Clube
    A CRÍTICA: O senhor acha que vale a pena disputar o Campeonato Amazonense sem recursos? Não seria melhor o clube voltar apenas quando reunisse condições pra isso?
    Thales Verçosa: Eu não comungo dessa opinião. O Rio Negro tem que participar sempre.
    AC: Mesmo que isso aumente ainda mais as dívidas do clube?
    TV: Aí é o que eu digo: quem estiver com a caneta na mão, ou seja, o presidente, ele tem que ter competência para disputar e conseguir arrecadar (dinheiro) para fazer frente às despesas. É muito fácil sair. Só que a gente não pode esquecer é que esse clube só existe porque 11 camaradas, inclusive o fundador que tinha 16 anos na época (Shinda Uchôa) queriam jogar futebol. Então nós temos que respeitar a vontade deste pessoal se não nem estaríamos aqui.


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