TURIM - Na Copa do Mundo mais
bilionária da história, o Brasil abrirá mão de coletar impostos no valor de
mais de R$ 1 bilhão durante o Mundial de 2014 por causa das isenções fiscais
que concedeu à Fifa, seus parceiros comerciais e à construção de estádios pelo
País. Os dados serão divulgados em meados do ano pelo Ministério do Esporte. O
valor da renúncia fiscal é duas vezes superior ao que o ex-ministro do Esporte,
Orlando Silva, chegou a anunciar em 2010 quando o então presidente Luiz Inácio
Lula da Silva assinou a lei que concedia os benefícios fiscais.
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O valor, estimado pelo próprio
Ministério do Esporte, ainda seria suficiente para construir mais de 227
escolas pelo País, considerando o valor de R$ 4,4 milhões para cada
estabelecimento, conforme projeções dos custos de um colégio estabelecido pela
prefeitura de São Paulo. Outra estimativa aponta que o valor seria suficiente
para construir mil creches.
A Fifa prevê lucros sem precedentes
na Copa e já admite que os contratos comerciais que assinou em função da Copa
já superaram os valores das Copas de 2010 e de 2006, mesmo que ainda falte um
ano para o Mundial no Brasil.
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Mas uma de suas exigências era de que
a entidade não pagasse impostos no País, como também ocorreu em outras Copas do
Mundo. Impostos de importação, taxas sobre lucros, tributos vários e mesmo
impostos sobre os salários dos funcionários da Fifa não serão cobrados.
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A Fifa alega que não tem sede no
Brasil e, portanto, não teria motivo para pagar impostos no País. Mas, na
Suíça, onde tem sua sede, a entidade também tem um acordo e está praticamente
livre de impostos. Resultado: os benefícios da Copa entram nos caixas da
entidade praticamente sem nenhuma taxação. Questionada sobre o motivo de exigir
a isenção, a Fifa se limita a explicar que "foi sempre assim", em
relação a outras Copas.
PROJEÇÕES
Em 2010, quando a lei que previa as
isenções foi assinada, o então ministro Orlando Silva garantiu que a renúncia
era de R$ 500 milhões. Semanas depois, membros do próprio governo admitiam que
o valor chegaria a R$ 900 milhões, diante das isenções que foram também dadas
aos clubes, empresas e entidades que estivessem construindo estádios.
Agora, o secretário executivo do
Ministério do Esporte, Luis Fernandes, admitiu ao Estado que o valor deverá
ficar acima de R$ 1 bilhão.
"Acreditamos que vá passar da marca
de R$ 1 bilhão", disse em Turim. Ele promete que o detalhamento da
isenção, quem recebeu e qual obra se beneficiou será divulgado pela primeira
vez em meados do ano. "É um exercício de transparência", estimou.
Por enquanto, a Copa já teve um
orçamento de R$ 24 bilhões, ainda que o próprio governo estime que o valor irá
superar a marca dos R$ 30 bilhões.
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A expectativa do governo era de que
R$ 16 bilhões entrassem nos cofres da União com a realização da Copa do Mundo
de 2014 em outros impostos. Mas o valor acabou sendo reduzido para R$ 10
bilhões.
As prefeituras também deram isenção
na cobrança do Imposto Sobre Serviços (ISS) à Fifa, assim como na construção e
reforma dos estádios utilizados na Copa.
FONTE: ESTADÃO.
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