Ídolo máximo do rock brasileiro dos anos 1980, Renato Russo (1960-1996) tem parte da sua vida levada ao cinema. O líder da Legião Urbana é o tema do filme "Somos Tão Jovens" , que entra em cartaz no Brasil nesta sexta-feira (dia 3).
No longa, o diretor Antônio Carlos da Fontoura registra a adolescência do autor de letras como "Geração Coca-Cola", "Índios" e "Que País É Este". Ao ator Thiago Mendonça ficou a responsabilidade de interpretar o roqueiro.
1) "Ainda É Cedo" - Depois dos primeiros discos de Paralamas do Sucesso e Titãs, sob uma ditadura que respirava por aparelhos e na ressaca do insucesso das Diretas Já, Renato Russo e a Legião Urbana ajudavam a fortalecer o rock brasileiro dos anos 1980 com o disco de estreia, homônimo (Ultraje a Rigor e Ira também lançariam seus primeiros álbuns naquele 1985). "Ainda É Cedo" mostrava uma banda que bebia litros no rock britânico (ouça "A Forest", do Cure) e um compositor que se não era um exímio poeta, postava-se acima da média encontrada no pop brasileiro.
2) "Andrea Doria" - Melancolia, inquietude, esperança-desesperança, pós-punk britânico. "Andrea Doria" resume em quatro, cinco minutos, as características que permeiam não apenas o disco "Dois" mas também boa parte da vida da Legião Urbana. É uma música meio não-comercial: começa com melodia que é referência clara ao Joy Division e a voz aparece com quase um minuto depois de iniciada a faixa. A letra cheia de desilusão pós-juvenil ("Às vezes parecia/ Que era só improvisar/ E o mundo então seria um livro aberto/ Até chegar o dia em que tentamos ter demais/ Vendendo fácil o que não tinha preço") é até contida se comparada a outras composições grandiosas de Renato Russo.
3) "Faroeste Caboclo" - Com 9 minutos de duração, 159 versos e zero refrão, "Faroeste Caboclo" tinha tudo para não fazer sucesso, mas tornou-se uma das mais emblemáticas músicas da Legião Urbana. Em 1987, o Brasil já não estava mais sob a ditadura, mas a faixa chegou a sofrer cortes por causa de palavrões que aparecem na letra que descreve a trajetória de João de Santo Cristo, traficante nordestino que vai a Brasília, se apaixona por Maria Lúcia e arruma encrenca com o traficante Jeremias. A saga vai virar filme.
4) "Meninos e Meninas" - Com o disco "As Quatro Estações", a Legião Urbana virou a maior banda de rock do Brasil. Tocavam em estádios (um show no Palestra Itália tornou-se histórico) e Renato Russo passou a ser ídolo máximo geracional. Praticamente todas as 11 músicas do álbum viraram hits. "Preciso de oxigênio, preciso ter amigos/ Preciso ter dinheiro, preciso de carinho/ Acho que te amava, agora acho que te odeio", canta Renato Russo, antes de declarar que gosta de meninos e meninas.
5) "Teatro dos Vampiros" - Banda gigante no Brasil dos anos 1980, a Legião Urbana iniciou os anos 1990 sob a sombra de Fernando Collor e da descoberta de Renato Russo de que era portador de HIV. Esse clima dark e confuso é refletido em todo o disco "V", que começa com uma canção baseada em uma antiga música portuguesa ("Love Song"), segue com uma faixa de mais de 11 minutos ("Metal Contra as Nuvens") e, depois, com uma toda instrumental ("A Ordem dos Templários"). "Teatro dos Vampiros" é um bonito sopro pop.
6) "Giz" - Renato Russo chegou a dizer que esta era a música da Legião Urbana de que mais gostava. "Desenho toda a calçada/ Acaba o giz, tem tijolo de construção/ Eu rabisco o sol que a chuva apagou/ Quero que saibas que me lembro/ Queria até que pudesses me ver". Sexto disco da Legião Urbana, "O Descobrimento do Brasil" aprofunda o caminho do grupo pelo rock instrospectivo.
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