Odílio Rodrigues chegou à Espanha quinta-feira para discutir o preço da transação. O craque pediu para sair e disse que só quer jogar no Barcelona
SÃO PAULO - O sinal verde que o Barcelona esperava de Neymar foi dado esta semana, e a diretoria catalã iniciou negociações com o Santos para levar o craque em julho. Odílio Rodrigues, presidente em exercício do Santos, está na Espanha desde quinta-feira discutindo o preço da operação, e a transação deve ser anunciada entre o final do Campeonato Paulista e o início da Copa das Confederações, segundo uma fonte de Barcelona.
Por ironia do destino, as conversas entre Odílio, Sandro Rosell (presidente do Barcelona) e Raúl Sanllehí (diretor de futebol) ocorreram em Madri, território do rival Real Madrid. Os dirigentes do Barça aproveitaram o fato de o time estar na cidade para disputar a semifinal da Euroliga de Basquete (perdeu ontem para o Real por 74 a 67) para se encontrarem ali com Odílio – que manteve o celular desligado quinta e ontem.
O santista viajou depois de ter ouvido do pai de Neymar que o filho está decidido a ir para o Barcelona na próxima janela de transferências, o que é uma maneira de garantir que o clube receba algum dinheiro com sua saída. Se não for vendido agora, o craque assinará um pré-contrato com o Barça em janeiro e deixará a Vila de graça ao final de seu contrato, depois da Copa do Mundo.
O dia de folga que Neymar teve quinta-feira, depois da vitória sobre o Joinville em Santa Catarina, serviu para celebrar o fim da novela ao lado do pai, do empresário Marcos Malaquias e do cantor Alexandre Pires (todos têm casa no mesmo prédio, num condomínio na praia de Itapema, ao lado de Camboriú).
A decisão tomada por Neymar e seu pai veio no momento em que o Real Madrid tentava voltar à carga para contratá-lo. O presidente Florentino Perez estava disposto a fazer uma loucura que custaria mais de 100 milhões de euros (R$ 262 milhões) entre o que teria de ser pago ao Santos, ao Barça (um acordo firmado em novembro de 2011 com Neymar estabelece que o clube terá de receber uma pesada indenização se o jogador for para outro lugar) e em comissões. Mas o craque estava decidido a jogar no Barcelona, e deixou isso claro para representantes do Real que o procuraram há poucos dias.
Falta o acordo entre os clubes para que o negócio seja sacramentado. O trabalho da cúpula do Barça é convencer o Santos de que a situação agora é bem diferente do que era em 2011 – quando Neymar tinha quase quatro anos de contrato pela frente (antes de o vínculo ser encurtado em um ano, de 2015 para 2014). Por isso, o valor da operação não poderá chegar nem perto dos 55 milhões de euros (R$ 144 milhões, em cifras de hoje) do acordo que havia sido fechado na época – e que só não vingou porque o Real Madrid atravessou a negociação e ofereceu mais dinheiro.
A intenção da diretoria do Barça é pagar entre 20 milhões de euros (R$ 52,4 milhões) e 25 milhões de euros (R$ 65,5 milhões).
Neymar deve abrir mão dos 10% dos direitos econômicos que possui (o Santos tem 45%, a DIS conta com 40% e a Teisa, um grupo de investidores ligados ao Comitê Gestor do clube, é dona de 5%), porque esse valor é irrisório perto do que receberá do clube catalão. Na Espanha, especula-se que a bolada pode chegar a 30 milhões de euros, o equivalente a R$ 78,6 milhões, como prêmio por ele não ter assinado com o Real Madrid depois de ter feito até exames médicos e se comprometido com o clube no fim de 2011.
Com isso, a fatia do Santos na operação subiria para 55%. Seria o último presente de Neymar para o clube. O penúltimo pode ser o tetra no Paulistão.
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